Bomba atômica: história e fatos sobre essa destruidora arma nuclear


Quando Robert Oppenheimer testemunhou a primeira explosão nuclear do mundo, ele disse a seguinte frase: "Agora eu me tornei a morte, a destruidora de mundos".

A bomba atômica que ele ajudou a planejar seria utilizada contra o Japão em 1945, desempenhando um papel importante na conclusão da Segunda Guerra Mundial, mas com um custo terrível. À medida que a guerra cedeu à paz, o resto das potências mundiais se esforçaram para desenvolver armas atômicas, iniciando uma corrida nuclear.

Como tudo começou: a invenção da bomba atômica

Teste trinity
Instalações do primeiro teste nuclear

Durante a Segunda Guerra Mundial, físicos e engenheiros americanos iniciaram uma corrida contra a Alemanha nazista para criar a primeira bomba atômica. Esse esforço secreto durou de 1942 até 1945 sob o nome "Projeto Manhattan”.

O Projeto Manhattan foi iniciado na Universidade Columbia, em Manhattan, Nova York, e no total, ele custou aos EUA mais de dois bilhões de dólares em apenas quatro anos, e se os gastos fossem cotados atualmente, esse valor seria de 23 bilhões.

Esses esforços fizeram que os Estados Unidos fossem o primeiro país a desenvolver armas nucleares, detonando o primeiro dispositivo de fissão em 1945, chamado de "Trinity".

Como funciona a bomba nuclear

Uma explosão atômica é uma reação em cadeia na qual os átomos são divididos. Isso libera quantidades colossais de energia e partículas que colidem com mais e mais átomos, causando uma reação em cadeia exponencialmente crescente. Esse processo é chamado de fissão.

Todas as armas nucleares usam fissão para gerar uma explosão, porém, apenas certos isótopos, que são átomos de um mesmo elemento que possuem diferentes números de nêutrons, podem sofrer esse processo. Por isso, poucos elementos são usados em armas nucleares, sendo o Urânio-235 e Plutônio-239 os mais comuns.

Já a fusão, processo utilizado para criar a bomba de hidrogênio, funciona em sentido inverso: quando expostas a temperaturas e pressões extremamente altas, alguns núcleos leves podem fundir-se para formar núcleos mais pesados, liberando energia no processo.

Que países possuem armas nucleares?

Atualmente, nove países possuem armas nucleares no mundo, que são: Rússia, Estados Unidos, China, Índia, Coreia do Norte, França, Reino Unido, Paquistão e Israel. De acordo com o Boletim dos Cientistas Atômicos, a Rússia é a que possui um maior arsenal, com 4.300 armas, seguida dos Estados Unidos, com 4.000.

Porém, devido aos esforços para desarmamento das superpotências, hoje existem no mundo três ou quatro vezes menos armas nucleares do que um dia já existiu.

No final da década de 1980, a União Soviética detinha cerca de 40 mil armas nucleares, enquanto os Estados Unidos tinham cerca de 24 mil. Durante essa época, a República Soviética possuía sozinha três vezes mais arsenal do que o que possuímos mundialmente hoje.

Atualmente, das cerca de 15.000 armas nucleares do mundo, 9.400 estão em arsenais militares, enquanto as outras estão aposentadas e aguardam o desmantelamento.

O avanço da ciência da destruição

Little boy
Little boy: a primeira bomba nuclear usada em guerra

O primeiro uso de armas nucleares no mundo aconteceu durante à Segunda Guerra Mundial quando os EUA bombardearam o Japão, dando início a uma Era Atômica, matando e ferindo mais de 200 mil pessoas nos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki. Depois disso, apesar da diminuição no número de ogivas, o potencial de destruição dessas bombas aumentou exponencialmente.

As bombas de Hiroshima e Nagasaki

Devido à sua forma longa e fina, a bomba lançada em Hiroshima em 1945 foi chamada "Little Boy", e o material utilizado foi o Urânio-235. Acredita-se que a fissão de pouco menos de um quilo desse urânio liberou energia equivalente a aproximadamente 15 mil toneladas de TNT.

Comparada com a usada em Hiroshima, a bomba de Nagasaki era mais redonda e maior, por isso foi chamada de “Fat Man”, o "Homem Gordo". O material utilizado foi o Plutônio-239, e a fissão de pouco mais de um quilograma desse elemento liberou energia destrutiva equivalente a cerca de 21 mil toneladas de TNT.

A bomba de Nagasaki foi lançada 3 anos após a de Hiroshima, e matou 40 mil pessoas imediatamente. Até 1950 esse número aumentou para 140 mil.

A bomba de hidrogênio

As bombas de hidrogênio, que usam a fusão nuclear, possuem um poder destrutivo muito maior do que as bombas atômicas.

A primeira bomba de hidrogênio foi explodida em 1 de novembro de 1952 na pequena ilha de Eniwetok, nas Ilhas Marshall. Seu poder destrutivo foi de vários megatons de TNT. A explosão produziu uma luz mais brilhante do que mil sóis e uma onda de calor possível de se sentir a 50 quilômetros de distância.

Em 1954, os EUA testaram uma bomba de hidrogênio de 15 megaton, sendo a mais potente que o país já explodiu. Já a maior bomba conhecida é a Tsar, detonada pela União Soviética em agosto de 1953, e com uma força destrutiva de 50 megatons, ou seja, de 50 mil toneladas de TNT.

Em 2017, a Coreia do Norte afirmou o teste de uma bomba de hidrogênio. O Serviço Geológico dos EUA verificou um terremoto de magnitude 6,3 na região, que poderia ser a evidência de que o país realmente desenvolveu essa tecnologia nuclear, aumentando a tensão mundial sobre o tema e colocando a todos sobre alerta.

Bomba atômica

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