8 curiosidades sobre a misteriosa Coreia do Norte

Há muita coisa sobre a Coreia do Norte que o mundo não conhece, em grande parte devido ao intenso controle que o governo tem sobre seus cidadãos e pela cautela com estrangeiros.

Porém, devido à imagens de satélite, aos cidadãos da Coreia do Norte que fugiram para outros países e ao pequeno número de pessoas que conseguiram visitar o país, podemos começar a conhecer mais sobre esse lugar tão misterioso.

1. Eles estão no ano 106, e não em 2018

Calendário é baseado no ano de nascimento do Kim Il-Sung

A Coreia do Norte baseia seu calendário na data de nascimento de Kim Il-Sung: 15 de abril de 1912.

O motivo deles terem um calendário diferente diz respeito à ideologia que eles seguem, chamada de "Juche", que significa "auto-suficiência" em coreano. De acordo com Kim Il-Sung, a base dessa doutrina é que eles "rejeitam a dependência dos outros, usam o próprio cérebro e acreditam na própria força", e ter um calendário diferente é apenas um dos modos deles se manterem independentes do mundo. Como o ano um foi em 1912, agora eles estariam no ano 106.

2. Suas eleições só possuem um candidato, o próprio Kim Jong-un

A Coreia do Norte realiza suas eleições a cada 5 anos, e curiosamente 100% dos votos são a favor do jovem ditador Kim Jong-un. A grande aceitação se deve pelo fato de que a votação é obrigatória, e que nas cédulas só existe uma opção de voto, que é a favor ao líder atual.

Apesar disso, segundo a mídia estatal, todos os eleitores votam com grande felicidade e emocionados por poder expressar sua vontade. Essa votação também serve para fins práticos, pois forçar 100% dos norte-coreanos a votar a cada cinco anos é uma forma do governo manter certo controle da população, identificando desertores e monitorando de perto quem irá aparecer para votar ou não.

3. A capital Pyongyang é habitada apenas pela elite

A capital da Coreia do Norte, Pyongyang, é uma cidade reservada apenas para a elite da população. Guardas armados patrulham as fronteiras para evitar que as classes mais baixas entrem e a maioria dos moradores de Pyongyang vive em algo que se aproxima ao luxo, se comparado ao resto do país.

No entanto, mesmo os três milhões de cidadãos da classe alta que lá vivem não recebem eletricidade por mais de uma hora ou duas por dia. Às vezes, especialmente no inverno, a energia desaparece completamente, enquanto milhões de pessoas tentam combater as baixas temperaturas que podem chegar abaixo de -17 C. Porém, considerando que a maioria das casas fora de Pyongyang nem possui eletricidade, poder viver na capital é um grande privilégio.

Imagem de satélite noturna compara luz da Coreia do Sul com a escuridão da Coreia do Norte

Mas, apesar dos problemas com a energia, a cidade de Pyongyang é surpreendentemente bonita vista de cima, com seus edifícios de cor pastel e o rio que cruza a cidade. Um dos poucos vídeos autorizados pelo governo, realizado pelos cineastas Rob Whitworth e J.T. Singh, nos fornece vislumbres da vida cotidiana em Pyongyang, incluindo o dia-a-dia dos norte-coreanos no metrô, circulando monumentos históricos e visitando um parque de skate.

4. O transporte público é praticamente de graça

Estação de metrô de Pyongyang

Os ônibus são os meios mais comuns de transporte público na capital da Coreia do Norte, onde o acesso a carros particulares é raro. Pyongyang possui uma extensa rede de cobertura, e as passagens custam cerca de 5 won cada, menos de 0,02 centavos, o que faz com que essas viagens sejam praticamente gratuitas.

Andar no transporte público na Coreia do Norte também é um meio de imersão em sua cultura, visto que suas estações reproduzem uma trilha sonora de hinos patrióticos, tocadas em alto-falantes antigos. Além disso, cada estação, nomeada com termos relacionados ao seu governo, apresenta estátuas douradas de Kim Il Sung, murais detalhados, placas de bronze comemorando vitórias militares norte-coreanas e majestosos lustres.

5. Eles possuem 3 gerações de punição

Campo de trabalho na Coreia do Norte

A lei norte-coreana determina uma política de "três gerações de punição, ou seja, se você cometer um crime, seus filhos e netos também levarão a culpa pelos seus atos, e serão punidos em conformidade. Isso faz com que pessoas passem suas vidas inteiras dentro dos campos de trabalho, para onde são enviados os indivíduos que cometem crimes contra seu país, juntamente com toda a sua família.

Um dos piores crimes que um norte-coreano pode cometer é tentar deixar a Coreia do Norte, o que pode justificar a execução imediata ou uma sentença prolongada em um dos campos de trabalho. Criticar o governo, não importa em que nível, também é considerado um ato de traição, e aprender sobre outras culturas pode justificar uma sentença de morte.

6. A cannabis não é proibida no país

Apesar das diversas leis contraditórias e rígidas que regem a Coreia do Norte, o uso e comércio de cannabis não parece ser um problema para o país.

De acordo com vários relatórios de desertores, visitantes e especialistas, a Coreia do Norte não tem nenhuma lei contra a venda e o consumo dessa erva. Um relatório da Open Radio, uma organização não-governamental americana com sede em Seul, citou uma fonte norte-coreana dizendo que o regime de Kim Jong Un não considera a maconha como uma droga, e que a planta cresce livremente pelo país.

7. Existe uma cidade falsa na fronteira

Cidade de Kijong-dong

Dentro da zona desmilitarizada que separa a Coreia do Norte e a Coreia do Sul existem duas vilas, uma em cada lado da fronteira. Construída na década de 1950 após o cessar-fogo da Guerra da Coreia, a aldeia do norte de Kijong-dong possui edifícios de vários andares, que abrigam 200 famílias que passam seus dias trabalhando nas fazendas, indo à escola e vivendo de forma feliz. Pelo menos, essa é a história oficial que conta o governo norte-coreano.

Na realidade, Kijong-dong é uma cidade falsa e desabitada, construída para mostrar o suposto sucesso econômico da Coreia do Norte e atrair os desertores do sul. Mas olhando de perto, é possível ver que os edifícios residenciais não têm vidro nas janelas, e as luzes elétricas operam com um temporizador automático. As únicas pessoas à vista são trabalhadores de manutenção, que são enviados para varrer as ruas e dar a impressão de atividade na cidade.

8. Eles só têm 4 canais de TV

Televisão Central Coreana

E além do número escasso de canais, dois destes só ficam disponíveis aos fins de semana. Por esse motivo as novelas sul-coreanas estão entre os itens contrabandeados mais populares no país.

Os quatro canais disponíveis são estatais, e destes apenas a "Televisão Central Coreana" é transmitida para o mundo exterior. Dois dos outros canais possuem fins educacionais e o mais recente, lançado em 2015 é um canal esportivo.

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