A história do Taj Mahal em 15 fatos e curiosidades


Considerado um dos monumentos mais belos já construídos pela humanidade, o Taj Mahal é um mausoléu (uma grandiosa tumba) localizado na cidade de Agra, na Índia. O edifício é patrimônio mundial da Unesco desde 1983 e está na lista das sete maravilhas do mundo moderno desde 2007.

Foto do Taj Mahal e jardim frontal

O Taj Mahal é o mais importante ponto turístico da Índia e recebe milhões de visitantes de todas as partes do mundo anualmente. A sua construção está relacionada com uma história de amor entre o imperador mongol Shah Jahan e sua terceira esposa, Mumtaz Mahal.

1. O Taj Mahal foi construído em homenagem à terceira esposa do imperador Shah Jahan

Assim como seus predecessores, o imperador mongol Shah Jahan se casou diversas vezes durante sua vida. Contudo, nenhuma das mulheres que conheceu foi tão importante quanto sua terceira esposa, Arjumand Banu Begum, também conhecida como Mumtaz Mahal. Seu nome significa “jóia do palácio” e o Taj Mahal foi construído em sua homenagem, após ela falecer durante complicações no parto do 14º filho do casal.

Quando o Taj Mahal foi construído no século XVII, grande parte do norte da Índia era dominado pelo império mongol através uma dinastia muçulmana que invadiu diversos territórios do centro asiático. Um dos descendentes desta dinastia foi Shah Jahan, que assumiu o poder em 1628.

Pintura do Imperador Shah Jahan e de sua esposa, Mumtaz Mahal. Autor e data desconhecidos.
Pintura do Imperador Shah Jahan e de sua esposa, Mumtaz Mahal. Autor e data desconhecidos.

De acordo com historiadores, o imperador tinha um grande interesse por arquitetura e edifícios e ficou popularmente conhecido como o “construtor de maravilhas”.

A união entre Jahan e Mahal durou 19 anos. A esposa do imperador morreu com apenas 39 anos de idade em 1631. Shah Jahan, devastado pela perda, quis construir uma tumba grandiosa em homenagem à ela e em 1632 começaram as construções do magnífico mausoléu. Este símbolo de amor eterno levou cerca de duas décadas para ser concluído e quando o imperador faleceu em 1666, ele também foi sepultado no magnífico edifício, ao lado de sua esposa.

2. A única parte do mausoléu que não está decorada por dentro é a própria tumba

Foto de parte interior do Taj Mahal

O Taj Mahal se destaca por suas enormes lajes de mármore branco e pelas milhares de pedras preciosas e semipreciosas que o decoram. Em um trabalho meticuloso de ornamentação, foram incrustadas pedras como quartzos, ágatas, safiras, ametistas, turquesas, âmbar e lápis-lazúlis, que não podem ser vistas a olho nu nas decorações do mausoléu.

Pelas leis muçulmanas, contudo, não é permitido adornar túmulos para fins decorativos. Nesta cultura, isso significaria uma expressão inapropriada de vaidade. Essa lei explica o porquê da parte inferior do mausoléu ser muito mais simples do que a parte superior, onde as paredes possuem azulejos com padrões elaborados e até poemas escritos em caligrafia decorativa.

Dentro das tumbas expostas para os visitantes não estão os corpos dos imperadores. Eles estão na realidade em um piso inferior e mais simples do mausoléu.

3. Cerca de 1000 elefantes foram utilizados para auxiliar na construção

O magnífico edifício foi inspirado em elementos da arquitetura e design persa, islâmico e indiano, sendo utilizado materiais de diversas partes da Ásia e do Oriente Médio. Cerca de 20.000 pessoas trabalharam na construção do Taj Mahal e aproximadamente 1000 elefantes ajudaram no transporte dos materiais.

4. Custaria mais de 4 bilhões de reais para construir o Taj Mahal hoje

O custo estimado para construir o Taj Mahal no século XVII foi de 32 milhões de rúpias indianas. Hoje, se o prédio fosse construído, ele custaria em torno de 52,8 bilhões de rúpias indianas ou cerca de 827 milhões de dólares. Se convertêssemos para o real, este valor ultrapassaria a casa dos 4 bilhões!

5. A cúpula do Taj Mahal é costurada com fios de ouro

Detalhe da cúpula do Taj Mahal

Um dos maiores destaques do monumento é sem sombra de dúvidas a majestosa cúpula em formato de cebola. Ela é chamada de amrud e é um traço característico nas construções islâmicas.

Esta cúpula foi feita em mármore branco e apresenta um anel de flores de lótus em alto relevo. A estrutura mede 35 metros de altura e possui detalhes em “costura” de ouro. No topo dela podemos observar ainda uma agulha que termina na figura de uma lua crescente. A combinação da estrutura dá o formato de um tridente, um dos símbolos do deus hindu Shiva.

Para saber mais sobre Shiva, leia: Quem é Shiva, o Grande Deus do hinduísmo

6. Outros edifícios compõem o complexo que está o Taj Mahal

Taj Mahal e edifícios secundários que compõem o complexo

As outras viúvas do imperador estão sepultadas em mausoléus secundários no complexo onde fica o Taj Mahal. Os prédios foram predominantemente construídos com pedras na coloração vermelha, que era muito mais típico para os monumentos fúnebres na época.

O Darwaza é o edifício de entrada para o complexo. Ele apresenta o estilo tipicamente mongol do período, adornado com padrões geométricos nas paredes. Outros dois edifícios idênticos um ao outro se localizam nos extremos do mausoléu. Um deles é uma mesquita e o outro é o chamado jawab, que foi inicialmente construído para dar simetria ao complexo.

7. Os jardins têm influência britânica

Os jardins do Taj Mahal

O jardim persa, conhecido como chahar bagh mede 320 x 300 metros e possui diversos caminhos de árvores, canteiros e cursos de água que refletem o magnífico monumento. Eles sofreram alterações e renovações no começo do século XX para refletir o estilo de jardins encontrados em Londres, quando o local estava sob domínio britânico. Essa influência de alterações pode ser vista na forma como o jardim é apresentado ainda hoje.

8. A emissão de carbono é limitada nos arredores do Taj Mahal

A poluição é um dos maiores inimigos para a preservação do monumento, que acabou ficando amarelado ao longo dos séculos. O governo indiano impôs, portanto, leis que proíbem a aproximação de carros e caminhões nas proximidades do Taj Mahal. São milhares de quilômetros quadrados protegidos ao redor do mausoléu, onde a emissão de CO2 é extremamente controlada para preservar o mármore branco. Carros e ônibus devem ficar a 500 metros de distância do mausoléu.

9. O Taj Mahal é quase simétrico

Os jardins do Taj Mahal são divididos em quadrantes, a piscina central reflete perfeitamente o prédio e está posicionada exatamente no meio do edifício. No entanto, a tumba de Shah Jahan está posicionada na parte oeste de um dos extremos do prédio, o que afeta a perfeita simetria de toda a arquitetura e composição do complexo. A posição desta tumba sugere que o imperador nunca quis ser enterrado ali.

10. Um Taj Mahal preto estava nos planos de ser construído

Historiadores acreditam que Shah Jahan planejava construir um outro mausoléu do lado oposto ao Taj Mahal feito inteiramente de mármore preto. Seu desejo era que ali fosse sepultado. No entanto, quando Jahan ficou doente, um de seus filhos se declarou imperador e o prendeu em um forte na região de Agra.

11. O Taj Mahal muda de cor ao longo do dia

Um dos encantos do monumento é que ele está constantemente mudando de cor, pois reflete a luz natural do dia. Durante a manhã, o sol dá à construção um tom de cinza e rosa claro. Ao meio dia, ele pode ser contemplado no majestoso branco do mármore, e à tarde, ele apresenta um azul translúcido. Ingressos especiais são vendidos para contemplar a lua cheia e os eclipses no local.

12. Ilusões de ótica estão por todo lado no Taj Mahal

Os arquitetos e artesãos que trabalharam no Taj Mahal eram mestres de proporções e truques para os olhos. Quando o visitante se aproxima do portão principal, o monumento aparenta ser extremamente grande e largo. Ao seguir em direção ao prédio, ele encolhe em tamanho diante dos nossos olhos. Isso é claro uma ilusão de ótica pensada pelos arquitetos.

Detalhe de um dos miranetes do Taj Mahal

Apesar das torres ao redor do mausoléu parecerem ser perfeitamente verticais, elas na realidade possuem uma inclinação para fora. Esse efeito oferece equilíbrio estético à paisagem, mas também protege o monumento principal para o caso de ocorrer um terremoto. Dessa forma, as torres não cairiam sobre ele.

13. Em períodos de guerra, a segurança do Taj Mahal é amplamente reforçada

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Foto que mostra a proteção da cúpula do Taj Mahal durante a Segunda Guerra Mundial. (1943).

O Taj Mahal é o maior símbolo da Índia e, portanto, um alvo central em períodos de guerra. Ele ficou vulnerável, sobretudo, durante o século XX. Durante a Segunda Guerra Mundial e as guerras que aconteceram entre a Índia e o Paquistão nos anos de 1965 e 1971, a cúpula do mausoléu foi protegida com andaimes de bamboo.

Alguns historiadores dizem que toda a estrutura do mausoléu foi coberta. No entanto, as fotos destes períodos são raras e mostram apenas a cúpula protegida. A intenção era fazer com que os pilotos inimigos que sobrevoavam a região avistassem apenas um emaranhado de bamboo ao invés do majestoso edifício e não o bombardeassem.

14. Shah Jahan foi proibido de entrar no Taj Mahal em seus últimos anos de vida

Nove anos antes de falecer, Jahan ficou extremamente doente. Dois de seus filhos, Dara e Aurangzeb, iniciaram uma guerra política para decidir quem iria sucedê-lo como imperador. Nesta briga, Jahan apoiou o filho Dara, mas, Aurangzeb acabou saindo vitorioso. Ele matou o irmão e aprisionou o pai em uma torre, impedindo-o de entrar no Taj Mahal. Apesar de eventualmente ser enterrado no mausoléu que construiu, durante os seus últimos anos, Jahan só pôde admirar sua obra mais esplêndida à distância.

15. O Taj Mahal era um símbolo de amor, mas também de poder

Apesar da história focar no símbolo do eterno amor de Jahan por Mahal, o monumento era também utilizado como propaganda de seu imenso poder imperial. A simetria do local, por exemplo, representa o seu poder absoluto e a grande escala e ornamentos preciosos simbolizava a glória do reinado do imperador.

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