Fatos assustadores sobre a lobotomia


De uma forma ou de outra, você já deve ter ouvido falar sobre a Lobotomia. Hoje em dia essa técnica foi completamente desacreditada, mas antigamente não era bem assim.

Há apenas poucas décadas, milhares de pessoas foram lobotomizadas por causa de doenças que hoje são controladas com remédios, como a depressão e a ansiedade.

Afinal, o que é lobotomia?

A lobotomia significa a retirada de um pedaço do cérebro, geralmente o lobo pré-frontal, que é a área cerebral que mais se destaca no cérebro humano.

Há algumas décadas, era uma prática recomendada por muitos psiquiatras. Além de todo o procedimento ser realizado sem nenhum exame prévio e sem precisão cirúrgica, vários outros fatos bizarros eram muito comuns.

Lobotomia

O uso do picador de gelo

Inicialmente, as lobotomias eram realizadas com o auxílio de picadores de gelo! Com o picador, o médico fazia uma perfuração atrás do olho do paciente. Assim que a ponta do objeto chegasse ao cérebro, o médico o girava e retirava um pedaço de tecido cerebral.

E o pior: geralmente o procedimento era feito sem anestesia.

O criador da lobotomia ganhou um Prêmio Nobel

Hoje, a lobotomia é vista como um fracasso da psiquiatria moderna, mas ela já foi um procedimento muito respeitado.

Foi desenvolvida por Egas Moniz, um médico português, que dizia que os pacientes esquizofrênicos ficavam mais controláveis após o procedimento. Algum tempo depois, Moniz ganhou um Prêmio Nobel por descobrir o valor terapêutico do procedimento em pacientes com distúrbios psiquiátricos.

Apesar de Egas Moniz defender o seu uso da operação apenas em casos graves, como em risco de suicídio, esse tipo de cirurgia foi praticada excessivamente em muitos países, como nos Estados Unidos e Japão.

O processo pode gerar vários efeitos colaterais

Em muitos casos, a lobotomia ou transformava os pacientes em vegetais ou simplesmente os tornava mais dóceis, passivos e fáceis de controlar - muitas vezes, menos inteligentes também. Muitos médicos viam isso como um "bom progresso" porque eles não sabiam outras formas de tratar pacientes com doenças mentais.

O fato do paciente perder a capacidade motora e de fala, ter constantes convulsões ou qualquer outro dano cerebral, era considerado apenas um efeito colateral negativo do tratamento.

O uso de injeções de álcool

Nas primeiras lobotomias realizadas em humanos, foram utilizadas injeções de álcool absoluto para matar os tecidos cerebrais.

Não era necessária a autorização do paciente

Hoje em dia, todo procedimento médico só é legalmente realizado após uma autorização do paciente ou de algum familiar responsável, mas há alguns anos não era bem assim.

Milhares de lobotomias foram realizadas contra a vontade dos pacientes e sem qualquer forma de autorização prévia. Aparentemente era legal enfiar objetos pontiagudos na cabeça das pessoas.

Não tinha idade para passar pelo procedimento

Era realizado inclusive em crianças. Se uma criança fosse rebelde, ou não gostasse de ir à escola, isso era visto como um problema mental, e tratado com a lobotomia.

Um dos famosos casos foi o de Howard Dully, que aos 12 anos de idade, foi lobotomizado pelo Dr. Walter Freeman. Dully conseguiu sobreviver à operação, e anos depois escreveu o livro My Lobotomy (Minha lobotomia).

Soldados foram lobotomizados

Depois da Segunda Guerra Mundial, muitos soldados voltaram para suas casas com diversos traumas psicológicos.

Recentemente, o Wall Street Journal descobriu que cerca de 2.000 soldados receberam lobotomias - muitos contra sua vontade. Muitos deles receberam esse tratamento para “solucionar” problemas como a depressão e outros sintomas que eram prováveis de um transtorno de estresse pós-traumático.

A lobotomia ainda é feita, porém de modo muito diferente

Apesar do seu uso ter sido drasticamente reduzido após os anos 50, alguns psiquiatras estão aderindo novamente ao uso de lobotomias. Porém, ao contrário de como era feito antes, hoje a operação é muito mais segura.

De acordo com um estudo publicado em 2005 no jornal Brain Research Reviews, atualmente a cirurgia é feita de modo preciso e visa apenas a parte do tecido cerebral que causa os sintomas problemáticos nas pessoas.

Uma dessas cirurgias cerebrais é conhecida como cingulotomia, que é usada para tratar pessoas com transtorno obsessivo-compulsivo grave.