Faraó Tutankamon: história, curiosidades e mistérios sobre a múmia


Tutankamon é um figura fundamental na história do Egito Antigo. O faraó nasceu em 1341 a.C e faleceu em 1323 a.C, o que significa que viveu pouco tempo, cerca de 18 a 19 anos. Apesar disso, ocupou, durante grande parte da sua breve vida, o trono da décima oitava dinastia.

Também conhecido como Faraó Menino, importa notar que esse nome tem diferentes grafias utilizadas, como: Tutancâmon, Tutancámon e Tutankhamon.

Conheça agora mais sobre a sua história.

Quem foi Tutankamon: a vida do faraó

Afresco de Tutankamon
Afresco com a imagem de Tutankamon

Conforme diferentes investigações, aponta-se que o pai de Tutankamon era Akhenaton. Este foi um rei bastante controverso, pois alterou a capital religiosa do Egito (de Tebas para Amarna) e tornou o país monoteísta, com a adoração do deus do Sol. Era uma pessoa bastante atípica para um rei, preferindo dedicar-se à filosofia do que ao reinado.

Após o império de Akhenaton, dois faraós reinaram por curto período até que Tutankamon assumiu. Por ser bastante jovem - ele tinha a idade de nove anos -, era assessorado por tutores, que os orientaram a desfazer as ações de seu pai, reposicionando novamente a cidade de Tebas como capital religiosa e voltando a tornar o Egito politeísta.

O rei Tut, como era chamado, foi, desde os 4 anos de vida, a ser educado, aprendendo sobre noções de religião e aritmética, como era usual para alguém que tinha, como futuro, ser um líder político e religioso.

Ao assumir o trono, Tutankamon precisou casar com a sua meia-irmã, Anquesenamom. Apesar de terem tido duas filhas, nenhuma delas viveu por um período longo. Era, naquela época, habitual fazer o casamento entre nobres de uma mesma família, para manutenção do poder. Assim, o Faraó Menino teve a sua meia-irmã como esposa.

Tutankamon media cerca de 1,67 cm de altura e, segundo alguns estudos, tinha problemas de saúde física que o faziam utilizar uma bengala. Entre 18 e 19 anos, faleceu.

Sarcófago de Tutankamon
Sarcófago de Tutankamon

A sua morte já foi analisada por muitos historiadores, havendo dúvidas se foi um homicídio ou uma morte natural. Atualmente, após análises de antropólogos e exames legistas digitais, refutaram a possibilidade de assassinato ou a existência da síndrome Klippel-Feil (anomalia congênita), sendo afirmado que o faraó sofreu infecção por malária, o que poderia ter sido um fator determinante na sua morte.

Curiosidades sobre Tutankamon

Escrituras na tumba de Tutankamon
Escrituras na tumba de Tutankamon

Tutankamon não era famoso pelos historiadores até ter sua tumba encontrada em 1922, por Howard Carter, no Vale dos Reis, em Tebas. O nível de conservação em que estava - o que se diferencia de outras tumbas descobertas - impressionou e possibilitou uma análise detalhada dos objetos e tesouros que acompanhavam a múmia do faraó.

Embora fosse típico enterrar reis com seus pertences no Egito, o bom estado dos artefatos achados na tumba de Tutankamon, após cerca de 3.200 anos, permitiram estudos aprofundados sobre a história do Antigo Egito.

No seu túmulo, havia artigos de ouro, como colares, brincos, broches, mobílias, tronos e carruagens. Estima-se que mais de 5.000 peças foram encontradas junto de sua tumba.

Para os faraós, o enterro era uma verdadeira cerimônia, planejada e arquitetada com muito cuidado, pois eles acreditavam na vida após a morte. Esse processo envolvia a remoção dos órgãos internos do falecido, para, então, proceder-se à mumificação e à pintura do sarcófago (espécie de urna) que protegia o corpo.

Outra curiosidade é que, antes do seu reinado, Tutankamon era chamado de Tutankhaten, mas, ao assumir ao império, trocou o final do seu nome em lealdade ao deus Ámon.

Saiba mais sobre Ámon em: os 14 principais deuses egípcios e suas histórias

Mistérios sobre Tutankamon: há uma maldição?

Sarcófago de Tutankamon
Sarcófago de Tutankamon (havia três caixões dentro)

Ocorreram sucessivas mortes depois de o túmulo de Tutankamon ser encontrado. Entre as mais famosas, estão as de Lord Carnarvon, que estava no dia da descoberta do túmulo, e a do canário de Carter, que foi morto por uma cobra. Outras mortes,de pessoas que atuaram nas escavações, foram registradas. Isto criou a fama de que poderia haver uma maldição na tumba, que buscaria punir quem invadisse o local e atrapalhasse o sono da múmia.

Apesar disso, estudos foram feitos, analisando a vida das pessoas que tinham participado das escavações e de posteriores intervenções na tumba, e chegou-se à conclusão de que não há dados substanciais que possam indicar uma maldição. Afinal, mais da metade das pessoas que estiverem na tumba tiverem uma vida longa. Ainda, foram identificados fungos perigosos no amabiente das escavações e substâncias venenosas (que eram colocadas nas tumbas para evitar saqueadores), o que pode ter ocasionado mortes.

Assim, a ciência diz que não há maldição. É mito! Mas e você, acredita totalmente nisso?

Onde visitar a múmia, a máscara e os objetos do faraó

Durante anos, foram realizadas exibições pelo mundo com os objetos do faraó. Os artefatos mais frágeis permanecem no Egito, como a sua múmia, que continua no Vale dos Reis, dentro da tumba, e a sua máscara mortuária de ouro, que se encontra no Museu Egípcio no Cairo.

máscara mortuária de ouro
Máscara mortuária de ouro vista de lado

A máscara de Tutankamon é considerada uma das imagens mais famosas do história egípcia. Nela, há a representação das deusas Nekhbet e Uadjet, em forma de abutre e de cobra, respectivamente, que eram consideradas protetoras. Ainda, percebe-se uma barba longa, desenhada em trança e o toucado Neme. Essa máscara de ouro estava colocada diretamente no rosto da múmia, quando descoberta.

Máscara mortuária de ouro vista de frente (réplica)
Máscara mortuária de ouro vista de frente

Filmes e séries sobre o faraó Tutankamon

Há uma minissérie e um documentário em que se pode ter um maior contato com a sua história.

O Rei Tut (2015), minissérie de três episódios que conta sobre o império de Tutankamon:

O Funeral do Faraó Menino Tutancâmon (2016), documentário:

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