Luas de Júpiter: quantos e quais são os maiores satélites do gigante gasoso?


Com as últimas descobertas feitas em 2017, Júpiter possui oficialmente 79 satélites naturais (também chamados de luas) orbitando em torno de si. As quatro maiores luas de Júpiter, conhecidas como luas galileanas, foram avistadas pela primeira vez no século XVII pelo astrônomo italiano Galileu Galilei.

Io e Júpiter
Satélite Io orbitando em torno do gigante planeta Júpiter. Crédito: NASA/JPL/University of Arizona.

Apesar de 79 ser um número impressionante (tendo em vista que a Terra só tem uma lua), o planeta do Sistema Solar com o maior número de satélites é Saturno, contabilizando ao todo 82 corpos celestes.

Saiba o que são as luas de Júpiter

O maior planeta do Sistema Solar tem várias características curiosas. Uma dessas características que chamam a atenção é a sua grande quantidade de satélites naturais.

O que são satélites naturais, as chamadas luas?

Segundo a Agência Espacial Brasileira, satélites naturais - como os 79 de Júpiter - são objetos que, devido à ação da gravidade, giram em torno de corpos celestes, como os planetas. Eles são chamados de "naturais" para diferenciar dos "artificiais", que são aqueles produzidos pelos seres humanos.

As primeiras luas de Júpiter foram descobertas por Galileu

luas de Galileu
As quatro luas descobertas por Galileu no século XVII. Crédito: NASA/JPL/DLR.

Uma das maiores façanhas do famoso astrônomo Galileu Galilei (1564-1642) foi a descoberta das primeiras luas de Júpiter. Sabe quando isso ocorreu? Na longínqua noite do dia 7 de janeiro de 1610.

Com o auxílio de um telescópio produzido por ele mesmo, Galileu notou que Júpiter, em seu movimento pelo espaço sideral, era sempre acompanhado por quatro objetos. Claro que ele só chegou a essa conclusão após noites e noites de observação. As luas de Galileu foram batizadas com nomes da mitologia greco-romana: Ganimedes, Calisto, Europa e Io.

As quatro grandes luas de Júpiter: as luas galileanas

Após a sua descoberta, Galileu provavelmente pensou que essas quatro luas eram as únicas a orbitar em torno de Júpiter. Hoje sabemos que elas não são as únicas, mas são de longe as maiores.

Ganimedes

Com 5268,2 km de diâmetro, Ganimedes é apenas 2,4 vezes menor que a Terra. Trata-se da maior lua do Sistema Solar, maior até que Plutão e Mercúrio. O Telescópio Hubble detectou recentemente a presença de uma quantidade bem pequena de ozônio (um dos gases da atmosfera) na superfície de Ganimedes. Claro que não estamos falando de uma atmosfera respirável, mas já é alguma coisa.

Ganimedes
O maior satélite do Siste Solar fica pequeno perto do gigante Júpiter. Crédito: NASA/JPL/University of Arizona.

Calisto

Na mitologia grega, Calisto foi uma jovem bela. Já o satélite Calisto, o segundo maior dos satélites de Júpiter, é formado basicamente por gelo e rochas e tem uma superfície repleta de crateras. A paisagem lá não deve ser tão bela quanto a jovem que encheu os olhos de Zeus.

Calisto
Cratera de Valhalla, em Calisto. Crédito: Nasa.

Europa

A superfície deste satélite é predominantemente composta por gelo. De cordo com a Nasa, há evidências de que haja um gigantesco oceano por baixo dessa camada sólida. E quando falamos de gigantesco, não estamos de brincadeira: a quantidade de água ali pode ser até 2 vezes superior à quantidade de água encontrada na Terra.

Europa
Satélite Europa, conhecido como "lua gelada". Crédito: NASA / JPL-Caltech / SETI Institute.

Io

Constituído de material rochoso, esse satélite se caracteriza por sua intensa atividade vulcânica. Segundo a Nasa, trata-se do corpo celeste com maior atividade vulcânica do Sistema Solar. Em termos de diâmetro, é 3,5 vezes menor que a Terra, mais ou menos do tamanho da nossa Lua.

Io
Imagem da lua Io captada por nave não tripulada. Crédito: NASA / JPL / University of Arizona.

Conheça as 12 novas luas descobertas em 2017

O planeta Júpiter é um velho conhecido da humanidade. Séculos de pesquisa permitiram um acúmulo significativo de informações sobre o "gigante gasoso".

A última descoberta importante sobre Júpiter foram 12 novos satélites avistados meio que por acaso por pesquisadores do Instituto Carnegie, sediado em Washington, nos EUA. A equipe do astrônomo Scott S. Sheppard investigava, com uso de telescópio, uma área do Sistema Solar para além de Plutão quando decidiu procurar novas luas em Júpiter. E não é que encontrou? Não só uma, mas 12.

Júpiter e suas luas
Montagem reúne os quatro maiores satélites de Júpiter numa única imagem. Crédito: NASA/JPL.

O que sabemos sobre essas novas luas

Essa descoberta elevou para 79 o número de satélites naturais de Júpiter. Segundo observações da equipe de Sheppard, 9 dessas luas compõem um conjunto mais distante em relação às demais e são retrógradas (ou seja, orbitam no sentido oposto ao da rotação do planeta).

Essas 9 luas retrógradas levam aproximadamente 2 anos para completar a volta em torno de Júpiter. Outras duas luas, mais próximas do planeta, têm movimento orbital de menos de 1 ano. A título de comparação, o único satélite natural da Terra (a famosa Lua de todas as noites) leva 27,3 dias para dar a volta completa ao redor do nosso planeta.

A menor lua de Júpiter

A última das 12 luas descobertas leva 1 ano e meio para orbitar Júpiter. O mais curioso sobre ela é que, com menos de 1 km de diâmetro, ela talvez seja a menor dentre todas as luas de Júpiter. Só para se ter uma ideia dessa pequenez, Ganimedes, o maior satélite natural de Júpiter e de todo o Sistema Solar, tem espantosos 5.262 km de diâmetro.

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