10 tipos de preconceito que o mundo precisa parar de praticar


O preconceito é um juízo de valor que se faz de alguém a partir de fatores superficiais, comumente acompanhado de discriminação e intolerância. É o julgamento associado a crenças, sentimentos e tendências de terceiros. O que muita gente não sabe é que preconceito é considerado crime, com pena de um a três anos de reclusão e multa.

Preconceito

Tipos de preconceito e caminhos para findá-los

1. Preconceito com as mulheres (machismo, misoginia ou sexismo)

O machismo é a crença de que o homem é superior à mulher, viril, provedor, conquistador, enquanto a mulher deve ser pacata, submissa e servil a ele.

Já o sexismo é uma atitude de discriminação fundamentada apenas no sexo da pessoa, seja masculino ou feminino. Mas, claro, ele atinge muito mais às pessoas do sexo feminino.

Por fim, a misoginia é o ódio pelas mulheres, que fica evidente em casos de crimes bárbaros que são cometidos diariamente conta elas.

Para combater essas atitudes, nasceu o feminismo que se fortalece com os movimentos atuais de empoderamento das mulheres. Ao contrário do que muita gente pensa, feminismo não é o oposto de machismo. Se trata de um movimento social, filosófico e político que luta por direitos iguais para mulheres e homens.

2. Preconceito com os negros (racismo)

A crença de que existem raças superiores e inferiores deu origem ao racismo, que é correntemente praticado contra negros e pardos. O racismo aberto criou a escravidão, foi responsável pelo Apartheid - um regime de segregação racial da África do Sul - e pela criação de grupos de supremacia branca, como a Klu Klux Klan, nos Estados Unidos.

Hoje, o racismo ainda existe, mas é praticado de forma velada na maioria dos lugares. O combate a ele vem através da criminalização de atitudes de discriminação, das cotas raciais em universidades públicas para dar mais oportunidades a jovens negros e do empoderamento dos negros na mídia e nos mais diversos setores da sociedade.

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Na década de 50, os negros tinham bebedouros separados dos brancos nos Estados Unidos

3. Preconceito com pobres

Sentimento de superioridade que, geralmente, os ricos nutrem em relação aos pobres por terem mais possibilidades financeiras. Atitudes como não querer usar o mesmo elevador ou talheres, exigir espaços diferentes para trabalho e refeições, não querer que os filhos convivam entre si, são apenas alguns exemplos.

O preconceito também existe no sentido inverso, quando os mais pobres tacham os mais ricos de esnobes e aproveitadores.

Para exterminá-lo é necessário diminuir o abismo entre as classes. A disparidade social afasta ainda mais as pessoas de ambas as camadas da sociedade, reforçando e tornando corriqueiros os comportamentos discriminatórios.

4. Preconceito com estrangeiros (xenofobia e etnocentrismo)

A xenofobia é o ódio ou aversão ao diferente. Descrimina pessoas de outras culturas e origens, principalmente pela ignorância em relação às identidades sociais, históricas e culturais destoantes. O conceito de etnocentrismo é bem parecido. Se aplica quando o indivíduo valoriza tudo que está relacionada à sua cultura e menospreza qualquer outra.

O preconceito com estrangeiros foi a origem do antissemitismo, perseguição aos judeus, durante o nazismo. Hoje, ele vem crescendo em grande escala na Europa, principalmente por causa da imensa quantidade de imigrantes e refugiados que buscam o continente.

Políticas progressistas, que valorizem o multiculturalismo e incentivem a igualdade dos cidadãos de diferentes origens são um bom caminho para se combater esse tipo de preconceito.

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Mulheres seguidoras do Islã protestam contra a xenofobia nos Estados Unidos

5. Preconceito com adeptos de certas religiões

Ataques, insultos e perseguição direcionados a pessoas que pregam e seguem uma certa fé atravessam a história da humanidade. As cruzadas cristãs, a caça às bruxas na Idade Média, a inquisição e, hoje, os conflitos religiosos no Oriente Médio são causas de verdadeiras guerras e extermínios no mundo inteiro. Atualmente, as células religiosas africanas, indígenas e o islã são muito afetadas por esse preconceito em países tradicionalmente católicos ou protestantes.

O preconceito religioso se mistura ao preconceito cultural, já que as crenças delineiam fortemente os hábitos de um povo. Por exemplo: a fé hinduísta de considerar a vaca um animal sagrado afeta a toda a população da Índia, onde praticamente não se consome carne vermelha.

Um estado laico, que valorize e dê suporte igualitário a pessoas de todas as religiões, e o ensino escolar dos princípios de diferentes religiões são medidas fundamentais para combater o preconceito religioso no mundo.

6. Preconceito com os deficientes

Seja deficiência física ou mental, a discriminação afeta a auto-estima e o desenvolvimento social das pessoas portadoras de necessidades especiais. Estima-se que cerca de 10% da população brasileira seja portadora de algum tipo de deficiência, ou seja, cerca de 20 milhões de pessoas.

Ela se reflete, não só na atitude pessoal de discriminação, mas na dificuldade de um cadeirante ter acesso a ambientes sociais, na falta de preparo de escolas para acolherem alunos autistas, na falta de emprego para portadores de Síndrome de Down...

A inclusão talvez seja a principal chave para diminuir a discriminação. É assegurado por lei que os deficientes possam estudar na instituição de ensino que escolherem, além de haver uma porcentagem de empregos em setores públicos e privados destinados a eles. Porém, a falta de preparo e de pressão da sociedade faz com que isso não vire realidade na prática.

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A acessibilidade é uma das principais bandeiras da causa dos deficientes físicos

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7. Preconceito com a aparência (gordofobia)

Ele não só existe, mas sobretudo está presente no mercado de trabalho, onde a aparência não deveria pesar mais que a competência profissional. Pessoas gordas são hoje os alvos mais visíveis, mas ele também atinge a pessoas muito magras, baixinhas, com tatuagens ou qualquer outra característica física marcante e destoante do que se considera comum.

Por muitos anos o preconceito com a aparência foi implacável na indústria da moda, que manipulava completamente o peso, os traços e o visual de suas modelos nas capas de revistas e editoriais. Hoje, esse conceito está sendo fortemente combatido e a pluralidade de biotipos é estimulada e aplaudida cada vez mais.

8. Preconceito com os LGBTs (homofobia, lesbofobia, bifobia, transfobia)

Muitos crimes de ódio contra cidadãos LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) são registrados diariamente no mundo inteiro. A agressão destinada aos homossexuais e companhia pode ser física ou psicológica, culminando, muitas vezes, na morte através de violência ou mesmo do suicídio. Em muitos casos o preconceito é institucionalizado. Para se ter uma ideia, ainda é crime ser LGBT em cerca de 70 países ao redor do planeta.

O debate e a repressão a este tipo de crime vem sendo cobrado com veemência pela comunidade LGBT. Porém, o caminho ainda é longo já que as discordâncias sobre o tema andam mais inflamadas com a discussão sobre a ideologia de gênero que prega que o gênero é uma construção social e que pode ser mutável e não limitado.

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Passeatas e manifestações levam as cores do arco-íris pela causa LGBT ao redor do mundo

9. Preconceito linguístico

É motivado por diferenças de linguagem dentro de um mesmo idioma. É muito presente no Brasil, devido a sua enorme extensão territorial e a presença de diferentes sotaques em cada região, estados e até cidades. Obviamente, ele atinge com mais força os grupos que têm menor prestígio social, como os nordestinos e interioranos, que são taxados de caipiras.

Mas o preconceito linguístico acontece também em relação às pessoas que tem baixo nível de escolaridade e falam errado gramaticalmente.

A imensa variedade de dialetos, regionalismos, gírias e sotaques só enriquece a sociedade já que o código linguístico de uma sociedade é uma coisa mutável que se adapta ao longo do tempo. Inclusive com a incorporação de estrangeirismo. Apoio à multiculturalidade e respeito às diferenças são peças chaves para o fim do preconceito linguístico.

10. Bullying e cyberbullying

É a intimidação, perseguição e agressão física ou psicológica contra alguém. Ele pode existir em todas as camadas da sociedade e em todas as idades, mas se manifesta de maneira constante e devastadora entre crianças e adolescentes. Já o cyberbullying é aquele que acontece na internet, com a difamação da vítima, principalmente, nas redes sociais e aplicativos de celular.

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), metade dos jovens e crianças do mundo sofre bullying. Atualmente, há diversos projetos educacionais, palestras, livros e oficinas voltadas aos jovens para identificar e combater o bullying. Mas a atenção e ação dos pais ainda é um fator essencial, tanto para perceber se o seu filho está sendo vítima de bullying quanto para notar se ele tem comportamentos de agressor.

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O cyberbullying causa danos psicológicos e emocionais em adolescentes que são expostos na web

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Classificações de preconceito

Geralmente, o preconceito está ligado aos fatores listados abaixo:

Racial

Quando se acredita que um indivíduo é inferior devido às suas características físicas hereditárias, ou sua matriz racial. Seu principal exemplo é o racismo, com destaque para o preconceito contra negros.

Cultural

Relaciona-se à aversão que se demonstra a pessoas de outras culturas, hábitos e condutas. Podemos citar como exemplo a xenofobia, preconceito contra estrangeiros.

Religioso

É a intolerância que indivíduos de uma certa religião desenvolvem em relação a outros que não pregam os mesmos valores. Os conflitos no Oriente Médio, por exemplo, advêm desse preconceito.

Sexual

Ocorre no momento em que se discrimina, limita ou cria-se esteriótipos por causa do gênero de alguém ou também pela sua orientação sexual. Entram nessa classificação o machismo e a homofobia.

Social

Acontece quando se julga o caráter ou a educação de alguém de acordo com a classe social da qual ela vem. Ele pode ser implacável com os mais pobres e com pessoas de origem humilde.

Linguístico

Quando se discrimina pessoas por causa de suas diferenças de sotaque, erros gramaticais, pronúncia e característica linguísticas. Os nordestinos, no Brasil, são vítimas comuns desse tipo de preconceito.