10 curiosidades sobre a misteriosa Pedra do Ingá na Paraíba


Rodeada de mistérios e teorias da conspiração, a Pedra do Ingá é um dos mais importantes sítios arqueológicos do Brasil. A pedra fica localizada no estado da Paraíba na cidade do Ingá e apresenta gravuras rupestres que podem datar 6.000 anos de existência.

Muito já foi dito e pesquisado sobre qual povo teria realizado as inscrições na pedra e os possíveis significados dos quase 400 símbolos gravados. Contudo, até hoje, nada conclusivo pode ser afirmado. O que temos são as teorias e curiosidades que rodeiam este magnífico sítio arqueológico. Confira algumas das mais intrigantes e interessantes!

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1. Possível origem indígena

A Pedra do Ingá é também chamada de itacoatiara que na língua tupi é formada pela junção dos elementos itá que significa pedra e kûatiara, que significa riscada, gravada ou desenhada. Alguns arqueólogos acreditam que povos indígenas que habitavam aquela região foram os autores das inscrições na pedra.

O sítio foi tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1944, sendo o primeiro monumento arqueológico tombado no Brasil . Alguns pesquisadores também tentam relacionar as inscrições da Pedra do Ingá com a civilização fenícia, aos povos incas e até mesmo às antigas escrituras egípcias.

2. Características da Pedra do Ingá

Com 46 metros de comprimento e 3,8 metros de altura em algumas partes, a formação rochosa da Pedra do Ingá fica em uma várzea do rio Bacamarte na Paraíba. Nos períodos de cheia, a rocha fica completamente submersa, o que dificulta as investigações dos vestígios que comprovariam a real idade das inscrições através da datação por carbono 14.

A Pedra do Ingá é na realidade uma gnaisse, uma rocha que é resultado das deformações de sedimentos de arcósicos ou de granitos.

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A pedra é dividida em três painéis pelos estudiosos.

3. Painel Vertical

Apenas 15 metros da pedra foram inscritas com as gravuras. Pesquisadores costumam separar os estudos através dos três grandes painéis.

O painel vertical pode apresentar figuras antropomorfas (humanos), representações zoomorfas (animais), representações fitomorfas (plantas e frutos) e representações de órgãos sexuais masculinos e femininos, o que pode representar um culto à fertilidade dos povos que ali habitavam.

4. Painel Superior

A pedra é marcada por 114 pontos que dividem o painel vertical do painel superior. Isso pode ser uma representação da separação entre o mundo cosmológico e o mundo terrestre. Essa teoria é bastante aceitável, pois no painel superior podem ser encontradas a representação de um símbolo que aparenta ser o sol, além de outros símbolos semelhantes a cometas.

5. Painel Inferior

O painel inferior da pedra apresenta gravuras que lembram estrelas, com círculos de onde saem riscos. O pesquisador Dennis Mota aponta que ali poderia estar representada a constelação de Órion, pois é possível vê-la naquela exata localização em uma noite estrelada.

6. Calendário primitivo

Outra suposição para o significado dos símbolos é que ela representaria um calendário para os povos que ali habitavam. Os 114 pontos capsulares, multiplicados por 3 daria um total de 342, o que é muito próximo ao total de dias em um ano.

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Existem também duas espirais no painel vertical, uma no início e outra no final da pedra. As espirais podem ser encontradas em outros sítios arqueológicos indígenas e estudiosos acreditam que elas poderiam representar o ciclo da vida ou marcar o sepultamento de uma pessoa.

Na Pedra do Ingá é interessante observar que uma espiral está no sentido horário e a outra no sentido anti-horário. A primeira onde o sol nasce e a outra onde o sol se põe, o que poderia sustentar a teoria do calendário.

7. Extraterrestres e a Pedra do Ingá

Um prato cheio para os ufólogos (pessoas que estudam questões relacionadas à vida extraterrestre), a Pedra do Ingá é também associada a presença de ETs no local.

Alguns teóricos desta ideia chegaram a recolher amostras do solo na região, onde estes seres supostamente pousaram suas naves espaciais. Eles também acreditam que existem complexas equações matemáticas nas gravuras que poderiam inclusive apresentar distâncias planetárias.

8. Ingá nos quadrinhos

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A Pedra do Ingá foi cenário da graphic novel Piteco - Ingá, no qual trouxe o personagem pré-histórico de Maurício de Sousa em uma versão repaginada pelo artista Shiko.

Quem cresceu lendo os quadrinhos da Turma da Mônica vai se lembrar do famoso personagem Piteco. O “homem das cavernas” boa vida ganhou uma releitura para a graphic novel chamada Piteco - Ingá em 2013, onde o personagem aparece na misteriosa Pedra do Ingá e encara uma jornada no cenário pré-histórico para resgatar sua namorada Thuga.

9. Paêbirú, o álbum mais raro do Brasil foi inspirado na Pedra do Ingá

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O álbum de Lula Côrtes e Zé Ramalho chamado Paêbirú: Caminho da Montanha do Sol foi lançado em 1975 e teve como principal inspiração a Pedra do Ingá. A história conta que a dupla de artistas consumiu cogumelos alucinógenos em uma expedição até o sítio arqueológico e as músicas do álbum surgiram desta “viagem”.

Dos 1300 exemplares do vinil, 1000 foram perdidos em uma enchente em Recife. As poucas cópias originais do álbum que foram preservadas podem valer hoje mais de 10.000 reais. A capa do disco psicodélico trazia os artistas se olhando contra uma parte da parede da Pedra do Ingá.

10. Como visitar a Pedra do Ingá

Você pode visitar a Pedra do Ingá de terça à sexta-feira das 9h às 11h30 e de 13h às 16h. Sábados, domingos e feriados o sítio abre das 9h até às 13h. Localizado a 109 quilômetros da capital João Pessoa, existem companhias de ônibus da cidade que fazem o trajeto até o local.

Mais próximo da cidade de Campina Grande, muitos turistas optam por ir de carro para visitar o sítio arqueológico. Pela estrada BR 230 estão as placas que sinalizam o caminho até o local.

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Museu de História Natural do Sítio Arqueológico da Pedra do Ingá apresenta utensílios líticos históricos encontrados na região.

Além do sítio arqueológico, os turistas ainda podem visitar o Museu de História Natural, que possui fósseis, objetos indígenas históricos e outros artefatos encontrados na região. Para maiores informações visite o blog oficial da Pedra do Ingá.