Conheça os mistérios sobre a Ilha de Páscoa e suas estátuas gigantes


A Ilha de Páscoa (ou Rapa Nui) é uma ilha chilena no sul do Oceano Pacífico, famosa por suas estátuas de pedra chamada Moais. A presença dessas estátuas e a história intrigante da ilha a tornam um dos grandes mistérios da humanidade.

Quem colocou os moais lá? Qual o objetivo deles? Como eles foram transportados? Veja esses e outros mistérios sobre essa ilha.

Quantas estátuas existem na Ilha de Páscoa?

Mapa Ilha de Páscoa
Disposição dos Moais na Ilha de Páscoa

Existem mais de 887 moais espalhados por toda a Ilha de Páscoa, que foram construídos entre 1250 a 1500 pelo povo Rapanui. Esses moais podem ser divididos em 3 tipos:

Os primeiros apresentam olhos e pálpebras, além de possuir uma espécie de chapéu feito de uma pedra vulcânica avermelhada. Essas pedras foram retiradas do vulcão “Puna Pao” e chegavam a pesar 12 toneladas. Cerca de 250 estátuas eram dessa categoria, e elas ficavam situadas na beira do mar, voltadas para o interior da ilha.

O segundo tipo eram as estátuas erguidas ao pé do vulcão “Rano Raraku”, que não possuíam olhos ou chapéus, mas possuíam vários desenhos e símbolos. Porém como a linguagem rapanui ainda não foi decifrada, não é possível saber o que os desenhos querem dizer.

Já a terceira categoria seria a "tukuturi", que se assemelha mais a um humano. É muito menor do que os outros moais e parece estar ajoelhado com as mãos nas pernas., além de ter uma cabeça mais redonda e parecer ter uma pequena barba.

A maioria dessas estátuas pesam entre 1 a 27 toneladas, e medem de 4,5 a 6 metros de altura. Entretanto, a maior delas tem mais de 20 metros de comprimento.

Por que essas estátuas foram construídas?

A razão para a construção dos moais ainda continua sendo um mistério, com muitas teorias envolvidas.

A mais aceita é de que elas foram construídas e erguidas pelos primeiros habitantes como uma homenagem aos seus antepassados. Isso explicaria a disposição que eles foram colocados, de costas para o mar e de frente para o interior da ilha, vigiando as aldeias.

Além disso, ao escavar as estátuas, pesquisadores encontraram desenhos gravados nas costas das estatuas. Acredita-se que esses símbolos possam representar a família do escultor, fornecendo pistas sobre diferentes estruturas familiares ou grupais na ilha. Os enterros humanos também aconteciam frequentemente perto das estátuas, sugerindo que os Rapanui enterravam seus mortos junto à estátua da família.

Algumas teorias também acreditam que os moais teriam servido de para-raio na ilha, onde a ocorrência de tempestades era muito alta. Os chapéus das estátuas funcionariam como condutor de eletricidade, preservando os moais.

A Ilha de Páscoa é uma das áreas mais afastadas do mundo

Ilha de Pascoa

A Ilha de Páscoa fica localizada na Polinésia oriental, ao sul do Oceano Pacífico. Seu vizinho habitado mais próximo é Pitcairn, a 2.000 km de distância. Já a terra continental mais próxima fica no Chile a uma distância de 3.700 km.

A única maneira de chegar à Ilha de Páscoa é de avião, com voos saindo de Santiago, no Chile, e o Aeroporto Internacional de Mataveri, ou Aeroporto Isla de Pascua, é o aeroporto mais remoto do mundo.

Porém, apesar de estar isolada do mundo, ainda existem pessoas morando na Ilha. No censo de 2002 foram identificados 3.791 moradores, em sua maioria Rapanuis, o povo nativo.

As famosas estátuas possuem um corpo escondido

Corpo dos Moais

Os arqueólogos sabem desde as primeiras escavações em 1914 que as estátuas da Ilha de Páscoa possuem corpos. O público, no entanto, se refere amplamente aos moais como "as cabeças da Ilha de Páscoa", porque as estátuas mais fotografadas eram aqueles enterradas até seus ombros.

Em 2012, as fotos de uma escavação liderada pelo “Projeto Estátuas da Ilha de Páscoa”, juntamente com uma foto tirada na década de 1950, começaram a circular, ilustrando quão grande as estátuas realmente são.

Escavação das estátuas
Foto: Reprodução/Projeto Estátuas da Ilha de Páscoa

Ninguém sabe como as estátuas foram movidas

De todos os fatos interessantes da Ilha de Páscoa, o transporte das estátuas da ilha é algo notável. Os moais foram movidos por 18 km por toda a ilha sem o uso de rodas, guindastes ou grandes animais.

Os cientistas testaram várias teorias, e a maioria concluía que os construtores usaram rolos de madeira, trenós e cordas. Porém, em 2011, Terry Hunt e Carl Lipo trabalharam com a National Geographic para provar que apenas 18 pessoas poderiam mover uma réplica moai de 3 metros e 5 toneladas usando apenas alguns metros de corda.

Apesar do sucesso no teste, não está claro se este método teria funcionado no Paro, o moai mais alto da ilha, ou mesmo o moai mais pesado, com 86 toneladas.

Um turista finlandês já roubou a orelha de um moai

Em 2008, um turista finlandês foi encontrado na praia de Anakena, arrancando a orelha de um dos moais. Um dos moradores da ilha viu Marko Kulju, de 26 anos, fugindo do local com um pedaço da estátua na mão. Ele relatou o incidente à Polícia que identificou Kulju, que foi detido em prisão domiciliar e multado em cerca de 17 mil dólares.

Kulju emitiu uma desculpa pública através de um jornal chileno pouco depois que foi capturado. Como consequência do incidente, atualmente existe um maior controle sobre o acesso de turistas.

Os moais foram derrubados por moradores irritados

Antropólogos concordam que, em algum momento do século XVIII, houve rebeliões causadas pelos moradores da ilha. Cansados de ter cada vez menos recursos para viver, as tribos começaram a se rebelar uma contra as outras, derrubando seus moais.

É relatado que, em 1868, já não havia estátuas verticais na ilha, além das que estavam parcialmente enterradas nas encostas de Rano Raraku. A maioria delas foi reerguido posteriormente.

A queda da civilização da ilha pode ter sido começada por ratos

Acreditam que a causa da queda da civilização na Ilha de Páscoa seja por um grande desmatamento, que deixou os moradores sem alimento. A teoria predominante diz que o desmatamento ocorreu pois os moradores derrubaram as árvores para limpar a terra e esculpir canoas para servir a população e possivelmente transportar os moais.

Porém, teorias mais recentes sugerem que o desmatamento em larga escala foi trabalho de ratos polinésios que vieram com as primeiras canoas. Como a Ilha de Páscoa era livre de predadores e com muito alimento para os ratos, eles procriaram e cresceram em grande número.

Além disso, como os humanos haviam tirado as árvores, os ratos impediram que novas crescessem, comendo seus brotos. Sem árvores e frutos, a população começou a ficar sem alimentos. Antropólogos acreditam que após o desmatamento da ilha, os moradores passaram a se alimentar dos ratos que ali viviam.